segunda-feira, 2 de março de 2009

Calina Bispo
Repórter
02.03.09


A Aliança Francesa em João Pessoa está iniciando sua programação de eventos culturais do ano de 2009, com a instalação de um projeto de fomento a novos e inéditos artistas visuais da cidade.

Quem abre o programa é a jornalista e fotógrafa paraibana Nara Rocha. Ela apresenta, nesta terça-feira (3), a partir das 19h30, na Aliança Francesa da capital, a exposição individual “Indochina”, a primeira de sua trajetória fotográfica. A mostra reúne 20 fotografias, dimensões de 30 x 40 cm, onde a autora aborda a população do Vietnã, Laos, Camboja e parte da Tailândia.

“Realizaremos diversas exposições no campo das artes plásticas, fotografia, arte digital, instalação, etc. A intenção é divulgar artistas de João Pessoa e de outras regiões da Paraíba, com menos de 35 anos de idade, que nunca realizaram uma exposição individual”, diz Mikael de la Fuente, Diretor da Aliança Franco-Brasileira de João Pessoa - Campina Grande.

“Nosso objetivo é apoiar sua carreira nascente, mostrar ao público da Paraíba sua criatividade e o potencial desses artistas, valorizando assim a cultura local. Com isso colocamos em perspectiva as culturas francesas e brasileiras para um melhor conhecimento mútuo”, enfatiza la Fuente.

Segundo la Fuente, uma curadoria foi formada por personalidades do mundo da cultura que selecionou seis jovens artistas para o ano de 2009. “Também estaremos abrigando um artista reconhecido pela sua contribuição às artes plásticas, numa espécie de homenagem”, diz.

La Fuente diz ainda que o programa cultural da instituição também contemplará outros segmentos artísticos, a exemplo do ciclo de cinema – prevista para 29 de março a primeira sessão, e dos eventos oficiais do ano da França no Brasil que tem início no dia 13 de março.

Indochina e sua abordagem antropológica pelas lentes de Nara Rocha

Com uma máquina fotográfica nas mãos e uma mochila nas costas, Nara Rocha, de apenas 28 anos de idade, natural de João Pessoa, percorreu diversos vilarejos asiáticos, descobrindo a “cara” da gente que tem formas tão diferentes e distantes de viver a vida.



“Nara inventariou rostos, expressões, gestos e movimentos reveladores de um mundo de hábitos milenares, mas em lenta e perene transformação”, apresenta Betrand Lira, professor doutor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal da Paraíba.

A exposição tem como tema as paisagens, a vida, a cultura e as diferentes etnias dos povos que habitam esses países que, juntos, formam a chamada “Indochina”, uma região do sudeste asiático, que inclui Vietnã, Laos, Camboja e parte da Tailândia. Localizada entre o leste da Índia e o sul da China, foi, durante anos, fortemente influenciada pela cultura de ambos os países.

“Ao expor esse universo, através da fotografia, quero divulgar uma cultura tão fascinante quanto desconhecida, proporcionando às pessoas uma nova experiência através de um meio capaz de ultrapassar as fronteiras geográficas”, argumenta Nara, que decidiu unir a paixão que tinha por explorar novos mundos e suas diferentes etnias com um meio de comunicação capaz de ultrapassar qualquer barreira cultural e geográfica: a imagem.

Nascida em João Pessoa, 28 anos, Nara Rocha é formada em jornalismo pela Universidade Federal da Paraíba e tem especialização em antropologia visual pela Universidade de Goldsmiths em Londres. Ela conta que descobriu a fotografia há uns dois anos e que já fez outros ensaios, mas sempre tendo as diferentes etnias do mundo e cotidiano delas como foco principal.

“João Pessoa é meu porto-seguro, quando sinto saudades de casa é pra cá que eu volto. Mas como estou sempre viajando e explorando novos mundos não sei bem onde vivo”, confessa a “mochileira” que já rodou o mundo registrando-o na retina e com sua câmera digital Nikon D50.

O Ano da França no Brasil

O diretor da Aliança Francesa antecipa com exclusividade para a reportagem de A UNIÃO, a programação do 1º evento oficial do ano da França no Brasil. “Estaremos abrindo as comemorações com uma proposta contemporânea de poesia urbana (SLAM). Para isso traremos à João Pessoa uma das maiores expressões da contemporaneidade do gênero na França, a ‘slameuse’ Delphine II”, acrescenta La Fuente. Essa programação será no dia 13 de março na Estação Cabo Branco, a partir das 17h30, com entrada gratuita.

Saiba Mais sobre o Slam
É um tipo de arte de expressão popular. O SLAM é comparado aos “repentistas”, pela sua mistura entre poesia declamada e muito ritmada. As apresentações de SLAM são como desafios entre os participantes, mas, ao contrário do “repente”, raramente são improvisadas e os participantes recitam textos próprios previamente escritos.

Serviço:
O que: Exposição fotográfica “Indochina”
Onde: Hall da Aliança Francesa, av. Bento da Gama, 396 Torre
Quando: de 03 de março a 06 de abril
Hora: 19h30

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