quarta-feira, 4 de março de 2009

Antônio Mariano assume a edição do Correio das Artes

Calina Bispo
Repórter
04.03.09



Em 27 de março de 1949, o Jornal A União lançava o suplemento literário Correio das Artes, que se transformaria em uma das iniciativas mais respeitadas da cena literária nacional e o suplemento mais antigo em circulação no país.

No período de 2003 ao início de 2009, foi editado pelo poeta e jornalista Linaldo Guedes, que se despediu dessa função em fevereiro deste ano. Outro poeta paraibano, Antônio Mariano, estréia como o novo editor do Correio das Artes, que diz ter “uma história muito especial com o Suplemento”.

A trajetória literária de Antônio Mariano inicia quando o poeta conquista em 1986 o troféu do Correio das Artes, concedido ao poeta e escritor pelo conto A Cobaia, publicado pela primeira vez no suplemento literário do jornal A União.

A partir de então, Mariano se tornaria um dos colaboradores mais assíduos do suplemento que hoje tem edição mensal. “Enquanto colaborador, nunca tive a menor dificuldade em publicar no Correio das Artes”, diz Mariano. “E essa é uma das características que pretendo manter, já que minha intenção é abrir cada vez mais espaço para revelar e interagir com novos escritores”, enfatiza.

Mariano afirma pretender com que o Correio das Artes continue a ser um espaço onde é respeitada a diversidade de tendências e movimentos literários na Paraíba e no Brasil. “Quero estimular cada vez mais a pluralidade de conteúdo, onde possamos contar com a presença tanto dos autores mais tradicionais aos mais inventivos”.

As mudanças que chegam com Mariano ao Correio das Artes não acontecem no campo estético, que segundo ele manterá a mesma linha de Linaldo Guedes, optando por edições temáticas, homenageando personalidades literárias, eventos importantes, lançamentos e relançamentos de obras.

O que muda, de acordo com o projeto do novo editor, será a forma de circulação do Correio das Artes, agregando valores pedagógicos ao suplemento, ao ter como objetivo inseri-lo em sala de aula.

Sendo a escola um espaço de educação formal, Mariano deseja fazer com que o Correio das Artes se torne mais um instrumento pedagógico utilizado na formação dos cidadãos, e consequentemente de novos leitores.

“Enquanto veículo de comunicação e cultura, ele assume um papel de mediação entre as escolas e os autores paraibanos, por isso quero fazer com que o correio das Artes chegue a todas as escolas de ensino médio da rede pública paraibana”, enfatiza.

E continua. “Vou estabelecer um contato direto entre os autores que publicam no Correio das Artes e as escolas, no sentido de levá-los pessoalmente as salas de aula, para que haja uma aproximação entre leitor e escritor”, explica Mariano.

Novos espaços/territórios

Uma tendência da literatura em tempos atuais é a forma como vem ocupando espaços virtuais ao mesmo que constrói uma nova noção de território na internet. Em meio a esse universo, Mariano é um dos escritores paraibanos que mais sabe aproveitar essa tendência e pretende fazer uso disso, digitalizando todas as edições dos suplementos e assim, torná-los acessíveis ao maior número de pessoas possíveis.

“A Internet é uma nova e eficiente forma de comunicação. Serve para trocar experiência e travar novas amizades com outros poetas mundo afora”, afirma Mariano. “Vivemos ao mesmo tempo no tempo real e no tempo virtual e não podemos ficar distante desse processo, principalmente quando desejamos que o Correio das Artes, além de instrumento pedagógico, também seja um canal para as discussões contemporâneas da literatura”.

A primeira edição editada por Antônio Mariano, ainda em parceria com Linaldo Guedes, será o número comemorativo dos 60 anos do Suplemento e está previsto para ser lançada no último final de semana do mês de março.

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