terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

PARAÍBA - Geografia

Calina Bispo
Repórter
03.02.09



Completos 116 na última segunda-feira (2), o JORNAL A UNIÃO, considerado por muitos profissionais da área como uma escola do jornalismo paraibano, estará nas salas de aula de algumas escolas da rede privada de ensino fundamental e médio de João Pessoa.

A idéia partiu de Guilherme Pereira, professor aposentado de Prática de Ensino de História e Geografia, da Universidade Federal de Alagoas. Pereira é autor do livro Paraíba – Geografia (Editora FTD), adotado a partir deste ano em quatro escolas da capital paraibana.

“O jornal informa, atualiza, permite julgamento, prepara o leitor para compreender e criticar o mundo em que vive. Pela sua quantidade, variedade e principalmente atualidade de documentação, o jornal é uma fonte rica para a pesquisa, para o debate e para criar desafios”, diz Pereira.

A leitura orientada em sala de aula de quatro jornais diários da grande João Pessoa, entre eles o JORNAL A UNIÃO, é uma das principais atividades do livro Paraíba – Geografia, baseado no método construtivista como proposta teórico- metodológica de ensino.

“O jornal é o intérprete da ação social cotidiana, algo útil e indispensável à participação ativa na sociedade. A utilização dos jornais diários dentro de sala de aula pode ser uma alternativa para mudar esta situação” , explica Pereira.

Para introduzir essa nova metodologia de ensino, Pereira realizou durante cinco dias uma oficina com o grupo de professores que estará trabalhando o livro ao longo do ano letivo.



“Através da reciclagem pedagógica, capacitei professores para usar com proveito o livro, que utiliza 25 vezes o jornal como exercício ou como fonte de conteúdo”, observa o autor.

Pereira acredita que ao se estimular a leitura crítica dos jornais diários, um dos melhores resultados previstos pode ser o despertar do sentido de cidadania.

“Paulo Freire demonstrou que o nosso povo tem sido compulsoriamente marginalizado da vida política do país, participando dos grandes acontecimentos nacionais na condição de mero expectador. Nossa população não tem sido educada para o exercício da cidadania”.

Segundo o professor o livro utiliza painéis com manchetes de jornais que ajudarão em atividades de reflexão e/ou confirmação do conteúdo dos textos do livro. Pereira explica que a partir da orientação do professor, os alunos conversarão com seus pais sobre os diversos painéis de manchetes de jornais existentes no livro. Partindo das leituras dos jornais, os alunos farão novos painéis atualizados para apresentar aos colegas na escola.

“A participação dos pais na reflexão temática do livro é de fundamental importância nesse processo educativo. O ambiente familiar tem nesse momento uma força muito grande na opinião e na ação do aluno. Essa discussão possibilitará um questionamento do discurso hegemônico e uma descoberta para um mundo cidadão de viver”, fala Pereira.

Para Silvana Helena Gondim, coordenadora pedagógica de uma das escolas que adotaram o livro para este ano letivo, o professor, com este livro , apresenta uma proposta educativa que se adequa perfeitamente a concepção de educação defendida pela escola.

“Estaremos provocando o aluno a fazer uma leitura crítica das informações e dos discursos de cada jornal, a partir da proposta do professor Guilherme”, diz a coordenadora pedagógica. “É uma forma de estimular no aluno uma compreensão da realidade social em que vive e sua capacitação de interferir nessa realidade e consequentemente a construção de sua personalidade política”, conclui.

Saiba mais sobre o método construtivista na Educação



É uma forma teórica ampla que reúne as várias tendências atuais do pensamento educacional. Este método defende que a Educação deva ser um processo de construção de conhecimento ao qual acorrem, em condição de complementaridade, por um lado, os alunos e professores e, por outro, os problemas sociais atuais e o conhecimento já construído ("acervo cultural da Humanidade").

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