Calina Bispo
Repórter
21.01.09
Quando se fala em circo, a maioria das pessoas pensa logo em lona, picadeiro, palhaço, mágico, acrobata e malabarista. Circo também remete àqueles pequenos circos de bairro, de lonas furadas, de simples e divertidas atrações. Infelizmente poucas pessoas param para pensar no que existe por trás de todo esse universo circense.
Assim como no teatro e na dança, o circo é cada vez mais, alvo de estudos e pesquisas acadêmicas e empíricas, que têm por objetivo primeiro, a formação de um profissional circense que dialogue com a sociedade contemporânea em meio aos inúmeros recursos disponíveis para esta arte.
Pensando nisso é que a recém criada Trupe Arlequim de Circo-Teatro está promovendo nesta sexta–feira (23), no Teatro Ednaldo do Egypto, a partir das 19h, uma edição especial da Muvuca Circense. Muvuca Circense?! Diocélio Barbosa, coordenador da trupe Arlequim, explica o que é.
“É um espaço aberto para apresentação e divulgação dos trabalhos de artistas de circo e dos cômicos. Na verdade essa experiência já existe a algum tempo no eixo Rio-São Paulo, com o nome de Cabaré Circense”, diz. “Em 2008 realizamos duas Muvucas em João Pessoa. A ideia é que qualquer um possa provocar essa confraternização”, afirma Barbosa.
Esta edição especial da Muvuca que acontece nesta sexta-feira, explica Diocélio, será para levantar recursos que permitam ao jovem Marcus Vinicius, disputar o concurso público de ingresso na Escola Nacional de Circo (ENC), localizada no Rio de Janeiro.
“Já faz mais de um ano que venho trabalhando com Vinicius e agora precisamos levantar dinheiro para comprar as passagens para ele fazer a prova da ENC, no Rio de Janeiro”, observa.
Em 2007, o próprio Diocélio participou de um intercâmbio de três meses na Escola Nacional de Circo. Lá integrou a turma de reciclagem e participou de oficinas junto ao Grupo de Pesquisa Aérea da Fundação Progresso e do Núcleo de Ginástica Olímpica da UERJ, onde se especializou em acrobacia aérea e de solo respectivamente.
Neste mesmo ano, foi o único paraibano que participou da abertura dos Jogos Pan-americanos no Maracanã e por isso mesmo Diocélio reforça a importância da ECN na formação de jovens circenses.
“Essa formação é importante porque a ENC é a maior referência no Brasil em estudos de circo. E Escola oferecerá a Vinicius grande embasamento para que ele volte à João Pessoa, assim aconteceu comigo, como mais um multiplicador do conhecimento circense”, enfatiza Barbosa.
A Escola de Circo hoje é um caminho escolhido porque busca meios de preservar e difundir a tradição milenar dessa arte. Aberta à reflexão e à experimentação, contribui ainda também para a renovação da linguagem do circo, além de instigar novos adeptos à prática circense.
Além de confraternizar com todos aqueles que tenham vontade em apresentar suas experiências na Muvuca de hoje, quem aparecer no Teatro Ednaldo do Egypto também estará contribuído para a manutenção de estudos sérios, no sentido da pesquisa, em busca de popularizar cada vez mais a arte circense entre os paraibanos.
“Será uma noite performática, onde um bar servirá de pano de fundo para os boêmios apreciarem um cardápio diversificado: performances como prato de entrada, habilidades circenses (trapézio, perna-de-pau, tecido, pirofagia, lira e malabares) como prato principal”
O palco estará aberto para qualquer pessoa que deseje apresentar algum número ou experiência cômica e circense. A noite se completa com a apresentação do palhaço Xulé vivido por Diocélio Barbosa.
Saiba Mais
A Escola Nacional de Circo é a única instituição de ensino diretamente mantida pelo Ministério da Cultura. Realiza cursos regulares de formação e reciclagem de artistas. Está localizada no Rio de Janeiro, tendo sido criada em 1982 pelo circense Luís Olimecha. Reúne em seu corpo docente, profissionais com mais de trinta anos de carreira artística. Alguns deles oriundos da equipe que fundou a instituição. Atualmente, mantém 200 alunos matriculados e oferece aulas em dois turnos. A admissão é realizada por concurso público.
MUVUCA CIRCENSE – EDIÇÃO ESPECIAL
SERVIÇO:
DIA: 23/01 (sexta-feira)
HORA: 19h
VALOR: 5,00 (PREÇO ÚNICO)
LOCAL: Teatro Ednaldo do Egypto
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
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