Calina Bispo
Repórter
12.01.09
Há 30 anos a história do cinema mundial seria marcada pelo lançamento de dois importantes filmes. Alien - O Oitavo Passageiro dirigido pelo inglês Ridley Sott; e Apocalipse Now, sob a direção de Francis Ford Coppola. Ambos lançados em 1979 se tornaram sucesso tanto da crítica quanto do público.
Alien, O Oitavo Passageiro, de Ridley Scott, apresenta uma trama aparentemente simples em um thriller assustador: Os membros da nave espacial Nostromo acordam do hiper-sono para investigar um sinal que vem de um planeta próximo. Ao pousar no planeta, os sete tripulantes descobrem que o sinal recebido não era de SOS e sim de perigo e um extraterrestre assustador começa a matar toda a tripulação da nave.
Mas porque esse filme é tão importante? O que mais merece destaque é o impressionante desenho do Alien criado pelo artista surrealista suíço H.R. Giger, que projetou a criatura em todo seu ciclo de vida (o Ovo, o Facehugger, o Chestburster e a criatura adulta). Com este trabalho, o suíço garantiu ao filme o Oscar de Efeitos Visuais.
Alien se torna ao longo do filme o grande personagem da história, apesar de não aparecer muito – devido mesmo a limitações técnicas. São formas orgânicas e plásticas ricamente detalhadas por Giger. Por não aparecer tanto, o suspense e a tensão acompanham o espectador até a última cena.
Chama a atenção também à ausência de harmonia entre os tripulantes da Nostromo, que era reforçada por um ambiente propositadamente claustrofóbico. Em meio a esse ambiente, a heroína Ripley (Sigourney Weaver).
Em Alien – O Oitavo Passageiro, não é apresentado como sendo homenzinhos verdes e cabeçudos. E este é um dos motivos pelos qual a obra de Scott deve ser reconhecida como um divisor de águas neste gênero cinematográfico. A construção de seres de outro mundo de comportamentos complexos e realistas tornou-se um marco. É um filme para ser revisto, compreendendo como ele influencia as histórias de terror com extraterrestres das décadas de 80 e 90.
Francis Ford Coppola conquistou a confiança dos estúdios hollywoodianos em 1972, através do filme O Poderoso Chefão, que se transformaria em trilogia com O Poderoso Chefão II (1974) e O Poderoso Chefão III (1990).
Com a certeza dos investimentos necessários (apesar de não terem sido suficientes), Coppola se “jogou” literalmente de corpo e alma no projeto do filme que se tornaria sua obra-prima: Apocalypse Now, inspirado livremente no livro O Coração das Trevas de Joseph Conrad.
Em 2001, foi lançada em todo o mundo uma versão remixada e remontada pela própria equipe que produziu o filme em 1979, também sob a condução de Copolla. O resultado foi um filme com 49 minutos a mais, que tornaram ainda mais emblemático o personagem de Marlom Brando.
O diretor não desejava fazer apenas um filme de guerra, mas um épico sobre a mitologia da guerra. O filme chegou aos cinemas em 1979 em tons de desespero, loucura, diversão, horror, sutilezas, e conflitos morais em torno da guerra americana no Vietnã. Isso chocou a sociedade e conquistou a crítica da época.
O mercado comercial, a pressão dos produtores e 16 milhões de doláres estourados do orçamento inicial transformaram a primeira versão de Apocalypse Now em um dos maiores desafios de Coppola, que chegou a hipotecar todos os seus bens para cobrir os milhões gastos a mais.
Apesar disso e de muitos outros problemas que envolveram os bastidores dessa produção, Apocalypse Now conquistou os Oscars de Melhor Fotografia e Melhor Som. Também conquistou 3 Globos de Ouro: Melhor Diretor, Melhor Roteiro e Melhor Ator Coadjuvante (Robert Duvall). No Festival de Cannes garantiu a Palma de Ouro, empatado com O Tambor.
O filme traz no elenco nomes como Marlon Brando, Robert Duvall, Martin Sheen, Laurence Fishburne, Dennis Hopper e Harrison Ford � uma narrativa baseada no cl�ssico romance de Joseph Conrad "Heart of Darkness", passada na Guerra do Vietnã.
A história relata a jornada do capitão Willard (Sheen), um oficial da inteligência do exército americano, enviado numa perigosa missão até o Camboja para destruir "totalmente" um coronel americano desertor chamado Kurtz (Brando), que está fora de controle e louco. Kurtz, figura musculosa e enigmática, semelhante a Buda, controla uma tribo de montanheses numa selva remota repleta de crânios e corpos em decomposição.
Durante a jornada pelo rio Willard conhece o coronel Kilgore (Duvall), que lidera seu esquadrão de helicópteros ao som de Wagner e comanda um campeonato de surfe mesmo com os inimigos atirando sem parar.
Guerras terminam, conflitos se reiniciam e o mundo nunca deixa de ter uma notícia se quer sobre algum destes fatos e em lugar do planeta. Em tempos de barbárie tecnológica, revisitar Apocalypse Now poder ser interessante para compreendermos quão infinita e emblemática é a dimensão humana do individuo.
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