quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Desenhos Contemporâneos em livro de Fred Svendsen

Calina Bispo
Repórter
26.02.09



O desenho existe como ferramenta de comunicação e expressão desde a pré-história, quando o homem marcou na rocha, seres humanos, animais, plantas, elementos do seu mundo. Está em todos os campos de estudo das artes e das ciências e das indústrias. Desde a botânica, zoologia, geografia, astronomia, química, medicina, matemática, etc, quando serve como registro ou apenas realça os aspectos essenciais.

Entre as expressões artísticas da Paraíba, o artista plástico Fred Svendsen é um dos nomes que pesquisam o desenho desde 1976, em contínua investigação do processo de distensão do conceito e da própria práxis do desenho.

O resultado de seus estudos está reunido no livro P & B – Desenhos-Drawing de 1976 a 2008, a ser lançado na próxima terça-feira (3), no stand da construtora Alliance, no Altiplano Cabo Branco, às 20h.

“O livro reúne uns 150 desenhos artísticos ou drawing. Meus desenhos são únicos porque fui eu que os inventei. Por isso esse livro é tão importante, pois reúne em um único volume apenas desenhos, nada de pintura. Algo que ninguém tinha feito aqui em João Pessoa”, diz o artista.

Na ocasião do lançamento será aberta ao público uma exposição com 17 dos 150 desenhos do livro. “Como as dimensões dos desenhos são grandes não poderei expor todos eles, mas aqueles mais significativos pra mim”, fala Svendsen. “Meu trabalho já era moderno em 1976 e ainda hoje ele pode ser visto com pelo menos 20 anos à frente do que é feito nos dias atuais”, conclui.

Tanto o livro quanto a exposição foram contemplados no edital 2008 do Fundo Municipal de Cultura (FMC), com um orçamento de R$ 18 mil reais, segundo Fred Svendsen. A tiragem do livro será de 1000 exemplares e estará à venda nas livrarias da cidade após a exposição de João Pessoa, que se encerra em abril, quanto estará abrigada em uma galeria do Rio de Janeiro.

Flávio Tavares – Novo subsecretario executivo de cultura

Enquanto artista plástico, Fred Svendsen comemora a nomeação de Flávio Tavares, também artista plástico, para a Subsecretaria Executiva de Cultura do Governo do Estado.

“Acho maravilhosa a nomeação de Flávio, pois ele é um dos maiores artistas paraibanos e acredito que será um grande gestor também”, observa. “Isso é bom para acabar com essa história de que artista não pode dá conta de um cargo de gestão pública, pois nada melhor que um artista para saber o artista precisa”, completa Svendsen.

Se sentindo bem representado e confiante de que novas políticas públicas para as artes plásticas possam ser pensadas a partir da gestão de Flávio Tavares, Svendsen já encontrar sugere ações urgentes neste setor.

“É fundamental a criação de um Museu de Arte paraibano aqui em João Pessoa, pois nossa cidade está abarrotada de obras de artes que não tem um lugar adequado para guardar”, observa Svendsen.

O artista alerta ainda para o fato de que a instalação de um Museu na capital, além de criar essa reserva técnica das artes paraibanas, também poderá se um importante equipamento cultural de interesse turístico. “Quantos turistas não chegam aqui em João Pessoa perguntando se aqui tem um Museu e nós até hoje não temos!”, enfatiza.

O desenho na arte contemporânea brasileira

Na arte contemporânea o desenho se apresenta sob diversas formas, técnicas, suportes, materiais e dimensões. Muitos são os nomes que se dedicam a eles. Em 2004, na décima edição do Festival Nacional de Arte (FENART), o Espaço Cultural abrigou a 2ª Bienal do Desenho, dividida em três blocos estratégicos – Quadrinhos, Cinema de Animação e Desenho Brasileiro Contemporâneo.

O evento foi sucesso de público e contou com várias tendências do desenho contemporâneo. Em exposição, obras de Fabiano Gonper, Walton Hoffmann, Mauro Piva, Edith Derdyk, Paulo Whitaker, Roberto Bethônico, Shirley Paes Leme, Carlito Carvalhosa, Carlos Melo, Carlos Sena, Elder Rocha, Gil Vicente, Marcelo Solar, Leya Mira Brander, Nina Morais e Paulo Pasta.

Sobre Fred Svendsen

Iniciou sua carreira em 1976, como ilustrador do suplemento literário Correio das Artes. Foi desenhista do Departamento de Arte do Jornal A União, curador da VII Paixão de Cristo em Art-Door (1994). Vice Presidente da Associação de Artistas Plásticos Profissionais da Paraíba, Idealizador do Projeto "Um Artista na Escola" executado pela Fundação Cultural de João Pessoa em 1996, professor de desenho na Fundação Espaço Cultural de 1983 a 1990.

Tem obras em importantes instituições culturais como: Museu de Arte Assis Chateaubriand, Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu de Arte de São Paulo, Fundação Pierre Chalitta, Núcleo de Arte Contemporânea e Pinacoteca da Universidade Federal da Paraíba, Revista Manchete - Museu da Bloch Editores, Fundação Cultural de João Pessoa. Agraciado com: Prêmio capa da Listel (1989); Prêmio Domingos Sérgio (1993); II Troféu Imprensa (1999).

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