quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

“O Grilo Feliz e os insetos gigantes"

Calina Bispo
Repórter
08.01.09



“O Grilo Feliz e os insetos gigantes", filme brasileiro de animação, estréia hoje em João Pessoa em duas salas de cinema. A produção vem chamando a atenção da imprensa especializada por ter sido todo feito em computação gráfica (CGI), uma ferramenta revolucionária não apenas as animações, mas para o cinema em geral.

A CGI é uma tendência mundial que garantiu destaque ao filme A Era do Gelo (2002), de Chris Wedge, sob a tutela dos estúdios Fox Animation Studios / Blue Sky Studios.

No Brasil, a ferramenta está sendo utilizada pela primeira vez no segundo longa-metragem com o personagem criado por Walbercy Ribas em 1972. Seu primeiro longa-metragem, "O grilo feliz”, estreou nos cinemas em 2001 e foi visto por mais de 260 mil espectadores. Em DVD, o filme repetiu o sucesso, sendo distribuído em Portugal, México, Estados Unidos, Canadá, China, Índia e Rússia.

Neste segundo trabalho, Ribas divide a direção com seu filho Rafael Ribas. O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes já é considerado pela imprensa como o maior projeto de animação gráfica realizado no Brasil na área cinematográfica, assim como a CGI é considerada uma tendência mundial. Mas por quê?

“Penso que devido à estética de animação está sempre em voga, pois a animação proporciona ao cinema um cinema sem limites criativos e com o advento da computação gráfica isso se amplia mais ainda. O cinema hoje é hibrido em técnicas live action X animação (computação gráfica)”, explica Ely Marques, bacharel em Arte e Mídia pela UFCG e especialista em Estudos Cinematográficos pela Universidade Católica de Pernambuco.

Marques atua na Paraíba como diretor, editor e finalizador de vídeo, vídeo-artista e artista gráfico. “A animação manual é muito mais trabalhosa e demorada. O advento da computação gráfica trás para o universo da animação muito mais agilidade ao processo”, explica.

“Enquanto você cria um personagem, você já modela e disponibiliza várias cópias digitais dele para diferentes animadores fazerem as cenas. Na animação convencional cada animador é também desenhista e tem que fazer milhares de desenhos”, enfatiza o diretor de Arte e Mídia.

Marques, prêmio de melhor edição com o curta-metragem Terra Erma de Helton Paulino no último Fest Aruanda, atenta ainda para o fato de que originalidade e talento são fundamentais para garantir a qualidade de qualquer filme que utilize a computação gráfica.

“É bom lembrar também que a verdadeira grande revolução é criativa, e pode ser vista no momento em que Pixar faz seus primeiros filmes, e a Disney se encontrava no marasmo criativo. A técnica foi um diferencial também, mas o grande marco foi o novo fôlego criativo”.

O diretor de Arte e Mídia e especialista em estudos cinematográficos observa ainda que a Paraíba é reconhecida pelos estudos aqui realizados em Animação, o que nos coloca na bibliografia de qualquer pesquisador da área.

“Aqui temos referência na área de pesquisa em animação com Alberto Lucena Jr, autor do livro "Arte da animação técnica e estética através da história" (editora SENAC). É um pesquisador, professor da UFPB, renomado nacionalmente e internacionalmente”. diz Marques.

E continua. “Sobre a produção local gostaria de destacar os nomes de Alisson Ricardo, que coordena um grupo de animadores aqui em João Pessoa que estão fazendo uma animação para um grande estúdio nacional. Tem Silvio Toledo em Campina Grande que também tem projetos de longa em animação, e João Neto, professor de animação da unidade acadêmica de Arte e mídia da UFCG”.

Diante disso Marques retoma um fato importante. A técnica de animação já foi utilizada em nossa cinematografia ainda nos anos de 1920. “O primeiro filme em longa metragem da Paraíba, Sob Céu Nordestino (1928), de Walfredo Rodrigues, já tinha um infográfico animado, o que não deixa de ser uma animação”, diz.

De acordo com Marques o infográfico do filme de Walfredo era um mapa da Paraíba com o trajeto animado, da viagem que ele fez no filme.


Saiba Mais


"O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes" é uma nova história do inspirado grilo azul que já havia encantado as famílias no primeiro filme. Agora, Grilo Feliz quer gravar um CD, mesmo desejo de uma divertida banda de rap formada por sapos, porém ambos se deparam com a vilã Trambika, que pirateia suas músicas, e acaba por unir sapos e insetos numa inesperada aventura.

Está em cartaz a partir de hoje em duas salas de cinema da capital. No Box Manaíra Shopping, na sala 8, nos seguintes horários: 13h15/15h15/17h15/19h15. E no Tambiá Shopping, sala 4: 13h10/14h50/16h30. Censura Livre.

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