quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Cátia de França, Escurinho e Soraia Bandeira

Calina Bispo
Repórter
06.01.09



O Projeto Estação Nordeste apresenta os shows de Cátia de França, Escurinho e Soraia Bandeira nesta sexta-feira (9), a partir das 20h, na Praça Antenor Navarro, no Centro Histórico de João Pessoa. Toda a programação é gratuita.

O show "Cantoria de Cátia de França" marca o retorno da cantora às terras de Paraíba. Kiko Albuquerque, empresário de Cátia, diz que nesta oportunidade a cantora estará lançado músicas inéditas. "Ao todo serão apresentadas sete músicas novas. Todas produzidas no Rio de Janeiro, onde ela reside atualmente", afirma o empresário.

A reportagem de A UNIÃO teve acesso a todo o repertório deste show e antecipa as novas músicas da autora de Kukukaya, que integram o disco, também inédito, Hóspede da Natureza, a ser lançado no primeiro semestre de 2009.

São elas: Brinco de Ouro, Rio Capibaribe, Caos, Mandela, Debaixo da Tamarineira, Mateus, e Hóspede da Natureza. Também estarão incluídos no set list de sexta-feira, antigos sucessos da cantora, como Avatar, Kukukaya, Coito das Araras e Ponta do Seixas. Os músicos Marcelo Bernardes (Sax e Flauta), Jubileu (Violão e Guitarra), e na percussão Di Stéffano e Leo Palma, acompanham a cantora.

Para quem não conhece de perto a obra desta mulher, vale citar que na década de 70, ela revelou para a música popular brasileira nomes, entre outros, como os de Zé Ramalho (produtor do primeiro vinil de Cátia de França, "Vinte palavras girando ao redor do sol", 1979), Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Alceu Valença e Tânia Alves.

Suas composições são inspiradas no universo literário de autores como Manoel de Barros, João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Henry David Thoreau e José Lins do Rego.

E é em Zé Lins e no seu ciclo da cana de açúcar que Cátia, natural de João Pessoa, foi buscar inspiração para outro disco a ser lançado até o final de 2009: "No bagaço da cana, um Brasil Adormecido", com Cátia de França e Camerata Arte Mulher.

O músico Escurinho também promete novidades para este show, segundo Ester Rolim, sua produtora. "Estamos com uma formação nova na banda e com isso acabamos criando novas músicas que serão apresentas nesta sexta-feira", diz Rolim.

Entre elas estão o samba de domínio público Esmeralda e a música Camisa Amarela, informa Rolim. Mas sucessos como Usura, Mulheres e Malocage também estarão no set list da noite, garante a produtora.

A produtora afirma que, apesar da nova formação na banda, o músico não perdeu aquela pegada explosiva que caracteriza seus shows.

"Mesmo com a saída do guitarrista e do baterista, Escurinho continua com várias composições em parceria com Alex Madureira e o show continua com o mesmo perfil rítmico de antes", observa. "Madureira, ex-guitarrista da banda, também é um dos principais compositores e parceiros de Escurinho", conclui.

Influenciado pela cultura popular, Escurinho, natural de Pernambuco, tem nos emboladores e nos cantadores de coco, sua grande fonte de inspiração. Radicado na Paraíba, desde a década de 70, onde iniciou sua experiência com música, ao lado de artistas como Chico César, Grupo Jaguaribe Carne e outros.

Participou da criação, montagem e execução do espetáculo teatral "Vau da Sarapalha", do Grupo Piolim como ator e músico, percorrendo vários países da Europa e América do Sul e quase todo o Brasil com o espetáculo.

Como músico criou a banda "Labacé", lançando seu primeiro CD em 1995, dando início a uma série de shows por várias cidades do Brasil. Como resultado em 2003 lançou o segundo CD "Malocage". Em 2004 lança o DVD "Toca Brasil" que resume a obra do artista nos dois CDS e algumas canções novas que farão parte do próximo CD.

Em 2006, como instrumentista, realizou shows na Espanha, Bélgica, Suíça e Itália acompanhando o cantor Chico César. Interprete performático, Escurinho traz em sua música uma poesia urbana de caráter social, numa fusão de ritmos que vai do xote ao reggae; do experimentalismo ao rock; do forró ao baião; do caboclinho ao boi de reizado; dos ritmos afros e tribais, do maracatu ao coco de embolada.

Já Soraia Bandeira, também uma pernambucana radicada na Paraíba, apresenta o show "O Mundo", onde pretende provocar uma desterritorialização sonora e cultural.

"O Show tem a intenção de abrir fronteiras, exercitar a consciência de que somos de todos os lugares e temos, dentro de nós, as influências sonoras, visuais e intelectuais de todos os seres e culturas que habitam este planeta", afirma a cantora, que também é atriz.

E continua. "Devemos ter a consciência de que o mundo é um microcosmo do universo, e nós seres humanos, microcosmos do planeta Terra. Temos uma função enquanto seres viventes. A minha função, eu bem sei: Cantar e espalhar a minha energia de transformação em cada canto do planeta. A música nos dá esta dádiva: A transformação", observa.

No repertório da cantora, músicas de Gilberto Gil (Cérebro Eletrônico), Chico César (Tambor e Bauhaus), Milton Dornelas (Ancestrais), Fábio Negroni /Augusto Bapti (Umbigo), Antonio dos Santos (Maria Bonita), Luiz Ramalho (Facilita), Paulo Ró (Ao Rés de Mim), Violeta Parra (Gracias a La Vida) e Fábio Negrone/ Manoel Bandeira (Belo Belo).

"A escolha do repertório do Show mescla músicas do CD "O MUNDO", que será lançado este ano, com músicas que canto pelo mundo afora, de diversos compositores que admiro e me emocionam. Estes compositores são, em sua maioria, inéditos do público em geral", conclui.

Acompanham Soraia Bandeira no palco, os músicos Marcelo Macedo (Guitarra semi-acústica), Fábio Negroni (Guitarra acústica), Xisto Medeiros (Contrabaixo) e Glauco Andreza (Bateria). A direção musical é assinada por Helhinho Medeiros.

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